O Estado do Ceará registrou aumento na quantidade de armas de fogo apreendidas em seu território pelas Polícias Civil (PCCE) e Militar (PMCE) no ano de 2015. Conforme dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o número foi aproximadamente 6,28% superior ao registrado no ano anterior. Os dados também indicam, contudo, que houve redução na quantidade de drogas capturadas pelas forças policiais do Estado. Ao todo, cerca de 1,6 tonelada de entorpecentes a menos foram retirados de circulação ano passado em comparação com o ano de 2014.
Foram 6.615 armas de fogo tomadas das mãos de bandidos ou de usuários irregulares em todo o Ceará durante o ano de 2015. No ano anterior, esse número havia sido de 6.224, crescimento de mais de 6%.
A média diária ficou em mais de 18 armas capturadas ano passado, ou aproximadamente 550 por mês. Em 2014, eram 17 objetos por dia, em média, o que somou 518 a cada 30 dias.
Ano passado, o mês de setembro, com 620 apreensões, foi o mais positivo para a Polícia. Em seguida surgem março, com 605, e agosto, com 575 armas capturadas pela PM e PCCE. No ano anterior, dezembro atingiu a maior quantidade mensal, com 597 apreensões, seguido por abril, com 574, e fevereiro, com 569 armas detidas.
Semana
Em 2015, o dia da semana com maior porcentagem das apreensões foi a terça-feira, responsável por 20,5% do total de armas localizadas. Em sequência, a quinta-feira, com 16,5% dos casos de uso ou porte irregular dos objetos. A maior parte das apreensões ocorreu durante a tarde. Conforme o levantamento, 35,5% das armas foram encontradas entre 12h e 18h.
Das 18h01 à 0h, a SSPDS contabilizou 30,5% dos registros de descoberta de armas. Na contramão do aumento da apreensão de armas, a retenção de drogas ilícitas registrou recuo na quantidade contabilizada em 2015. Mais de 34,5% de entorpecentes a menos foram retirados das ruas do Estado em 2015.
Ano passado, as forças policiais do Estado apreenderam aproximadamente 3.227,31 quilos de drogas, entre cocaína, crack e maconha, conforme os dados disponibilizados pela SSPDS. Entretanto, no ano anterior, o Estado havia recolhido 4.912,08 quilos dos três tipos de entorpecentes, resultado de 1.684,77 quilos superior a 2015.
Maconha
Segundo o balanço divulgado pela Pasta, a queda foi puxada pela diminuição na apreensão de maconha. Em 2014, 4.249 quilos da droga foram detidos pelos policiais civis e militares no Ceará, enquanto ano passado o número fechou em 2.711 quilos, redução de 36,19%.
Tamanha queda pode ser explicada por um ponto fora da curva: somente no mês de novembro de 2014 foram mais de 2.808 quilos da droga apreendidos, o que destoou de todos os números mensais daquele ano.
Entretanto, as outras qualidades de entorpecentes contabilizados pela SSPDS também apresentaram queda nas apreensões no ano de 2015. Cocaína, em 2014, teve 495,08 quilos capturados. Ano passado, o número desceu para 365,1 quilos, ou 26,20% a menos. Já o crack havia somado 167,99 quilos no ano de 2014, caindo para 150,9 quilos em 2015, uma diminuição de 10,17% no total apreendido.
O mês com maior apreensão em 2015 foi março, quando as Polícias Civil e Militar encontraram 739,14 quilos de drogas. Em 2014, afora o mês de novembro, abril foi o que marcou maior quantidade de apreensões, com 505,49 quilos.
Por dia de semana, as segundas-feiras registraram 21,9% das apreensões em 2015. Às terças-feiras, foram 19,8%, e às sextas-feiras, 18,3% das capturas no Estado.
As tardes também somaram maior quantidade de apreensões. Foram 57,2% das ocorrências registras no período de 12h às 18h. Já entre 6h e 12h, ocorreram 24,4% das capturas.
Preocupação
Para o titular da SSPDS, secretário Delci Teixeira, a grande preocupação atual das forças de segurança é a facilidade de entrada e aquisição dos artefatos bélicos no Ceará.
Ele admite, inclusive, ter entrado em contato com órgãos federais para obter auxílio no combate ao tráfico de armas no Estado "O que nos preocupa realmente, nos deixa muito apreensivos, é a quantidade enorme de armas anualmente apreendidas. É absurdo um número de mais de seis mil armas. Por óbvio, já estabelecemos os contatos com o superintendente da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, e vamos novamente à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Exército. Temos que estabelecer um trabalho conjunto na área de inteligência, pois não se pode explicar simplesmente que essas armas seriam de assaltos feitos a vigilantes e policiais. Como o número é tão elevado, temos que saber de onde e por onde estão vindo essas armas. 95% dessa quantidade estava sendo utilizada no crime, em assaltos e homicídios, e isso é preocupante, o que é mais impactante e faz perder o sono", afirmou.
Acerca da redução nas apreensões de drogas, ele exaltou as ações feitas em 2015. "Há momentos em que há grandes apreensões, resultado de trabalhos investigativos. E tivemos duas grandes apreensões de cocaína ano passado, em dois aviões apreendidos. Não nos preocupa a disparidade", disse o titular da SSPDS.
Diário do Nordeste
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